



Intervenção da artista plástica Viviane Gueller que inaugura o espaço do jardim da Associação Chico Lisboa. Objetos-plantas, anteriormente expostos em galerias, agora retornam à natureza, misturam-se às árvores, à terra, ao musgo.
Resíduos arbóreos, esses materiais - que se tornariam inertes, rumo ao desaparecimento - foram recolhidos na rua. A articulação entre eles passa por uma relação amorosa – há um diálogo, uma atração, um encaixe – que os faz sujeitarem-se um ao outro, como uma flor e o inseto que é atraído por ela, seu duplo. Detritos de distintas origens se fundem em busca de uma prótese natural, para que retornem para dentro de um corpo. Fazem emergir algo que é vivo, que não se porta apenas como objeto.
Em Organótipo, os objetos-plantas são devolvidos para a natureza, para o céu. A passagem do tempo é marcada pelo comportamento da natureza, a partir do tempo em que opera suas transformações. Aos materiais apropriados nessa operação, a intervenção no jardim restitui uma nova dimensão.
“Faça as coisas como elas mesmas fariam, se pudessem”
filosofia chinesa – anônimo