2.11.09

Oficina da Bienal reúne músico, engenheiro, jornalista e funcionária pública

Cassio Maffazzioli

Rafael Terra

Walter Karwatzki

Simone Figueiredo



De que se alimenta a boca-de-lobo? A indagação é de Moisés Xavier, um dos participantes da primeira edição da oficina de arte-reportagem, que ocorreu dia 24/10, na Associação Chico Lisboa. Apesar do dia chuvoso só dar trégua no pôr-do-sol, a oficina mobilizou fotógrafo, jornalista, engenheiro, funcionária pública e músico. Rafael Terra escolheu o ponto de vista mediado pelo guarda-chuva; Moisés Xavier fez poesia com a boca-de-lobo e fotografou cidades em música; Simone Figueiredo fez enquete e descobriu as coisas essenciais da vida; Cássio Maffazzioli mergulhou na aferição dos fluidos e emergiu no particular; o arauto da Associação Chico Lisboa, Walter Karwatzki, compartilhou dores e olhares com acento alagoano.

Ministrada pela artista plástica e jornalista Viviane Gueller, a oficina tem mais duas edições: nesse sábado (7/11) e dia 21/11. Com essa oficina, Viviane propõe compartilhar a arte-reportagem, um procedimento autoral no qual vem operando seu processo criativo. Expansão e transgressão das fronteiras da reportagem na infinita possibilidade que o campo das artes oferece. A oficina acontece na Associação Chico Lisboa e faz parte do projeto “Mapas Práticos – espaços em disponibilidade”, um mapeamento dos ateliês privados (individuais ou coletivos), institucionais e públicos de Porto Alegre que possuem propostas educativas no campo das práticas artísticas contemporâneas. Com o projeto, a Bienal pretende valorizar o trabalho destes profissionais, criando espaço para o diálogo e o intercâmbio entre artistas e arte educadores com a comunidade local. Segundo a curadora pedagógica Marina De Caro, a idéia é “descentralizar a Bienal e, ao mesmo tempo, dar a oportunidade para que a comunidade conheça e usufrua o trabalho destes ateliês, mesmo depois que a Bienal terminar”. As oficinas são gratuitas e as vagas, limitadas.

A idéia é trabalhar a sensibilização, a criação e a produção artística a partir de caminhadas, deambulações, descondicionamento do olhar, registros fotográficos e textuais, estudos e conversas. Para tanto, são organizadas saídas pelo entorno (jardins e ruas próximas, Parque da Redenção), coletando dados e detectando possíveis pautas e/ou situações artísticas. Os participantes devem levar câmera fotográfica, celular, bloco de anotação, gravador ou o que considerarem importante para usar como base de registro e experimentação. A oficina propõe uma possibilidade de olhar com outros olhos o que nos cerca, dando uma nova dimensão para situações despercebidas no cotidiano. Resgatando, a partir da experiência criativa, um pouco da identidade humana conturbada pelo olhar cada vez mais distanciado da natureza (das coisas).

Viviane já participou de oficinas de criação literária com Alice Ruiz, Luiz Antônio de Assis Brasil e Charles Kiefer e teve alguns contos publicados em antologias. É bacharel em comunicação social (jornalismo), fez formação e teve orientação em artes visuais com vários artistas entre Porto Alegre e São Paulo (Gustavo Nakle, Felix Bressan, Maria Helena Bernardes, Christiana Moraes, Eduardo Costa, entre outros). Participou de exposições coletivas e individuais (Bienal b, Essa POA é Boa, Galeria do DMAE, CCMQ, Universidade de Brasília), recebeu o Prêmio de Incentivo à Criatividade no 16º Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre e foi selecionada para o 58º Salão de Abril (Ceará).

O QUÊ: Oficina de Arte-reportagem com Viviane Gueller
QUANDO: sábados, 7/11 e 21/11 – das 14h às 17h
ONDE: Associação Chico Lisboa (Travessa dos Venezianos, 19)
Inscrições pelos telefones 3254 7503 e 7547 www.bienalmercosul.art.br/mapaspraticos

2 comentários:

  1. Anônimo2.11.09

    r.v.ref.g.s.

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  2. Anônimo3.11.09

    Oi Viviane, ficou excelente teu escrito sobre a oficina. Espero que as próximas sejam tão interessantes e reveladoras como foi a nossa.
    Abraço!
    Simone Figueiredo.

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